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O TEMPO NÃO VAI PASSAR PRO NOSSO AMOR!

Fã Clube BLITZ

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Em 1981, eu fazia a peça "Aquela Coisa Toda", em cartaz no Teatro Ipanema, às nove horas da noite. A Marina (hoje, Lima) tinha um show à meia-noite, no mesmo lugar. Os músicos do show chegavam antes para ver a nossa peça e eu ficava depois na montagem de som.
Eu não podia ver um microfone, uma guitarra, era ótimo poder tocar com uma banda já pronta, com ótimos músicos e com direito a sax . Então eu ficava tocando com Lobão, Guto Barros, Zé Luiz, Ricardo, Junior, a banda da Marina, que terminou sendo praticamente a primeira BLITZ.
Eu estava, na época, namorando uma menina que era promoter do Caribe, um bar em São Conrado, do Mauro Taubman, dono da Company. Ela ia inaugurar um espaço e perguntou se eu tinha uma banda para se apresentar lá. Liguei na mesma hora para o Lobão e perguntei se ele topava. A gente ensaiou uma semana e estreou no Caribe. Já nesse primeiro show, a BLITZ trazia com ela a performance teatral.
Como naquele tempo havia muita blitz da polícia na rua, todo mundo era parado por elas a toda hora, o Lobão lembrou de batizar a banda de BLITZ para assustar a platéia com o som. A BLITZ já começou com rock, reggae , funk e samba tinha uma sonoridade própria, canções meio faladas cheia de swing e gírias. Minha poesia era também de rua, inspirada em Oswald, em Chacal, em Nuvem Cigana, Stanislaw Ponte Preta e a gente sabia que o pessoal ia se assustar com esse som. Então apagávamos a luz, entrávamos pela platéia com lanternas e com capas, criando um clima teatral bem anos 70 e assumíamos o palco. Foi assim que tocamos no nosso primeiro show no Caribe.
No dia seguinte, na praia só se falava nisso. “Onde é que vocês vão tocar? Tem disco? Vão tocar no rádio?” Aí começamos a correr atrás e cavar shows. Toquei até no Papagay (a boate gay "Papagaio"), onde a gente foi muito vaiado. Cada música que falasse de amor como em “Você não Soube me Amar” , que falasse da relação homem /mulher, os caras vaiavam. Essa apresentação foi com o pessoal do Banduendes, os “Banduendes Por Acaso Estrelado”, que era um grupo meu e da Patrícia Travassos, saído do curso que tínhamos dado no Parque Lage. E as pessoas vaiavam. O DJ botava um som altíssimo para abafar a vaia entre uma música e outra, e eu falava: “- Não, não acabou, abaixa essa porra aí !”.
Depois disso, juntei minhas moedinhas e fui pra Nova York seguindo a Patrícia, que tinha dirigido os primeiros shows da BLITZ. Fui para lá puto: sem o Asdrúbal (trouxe o trombone, grupo de teatro), minha música era underground. Gravar um disco para mim era como ir à lua. Nada que tocava no rádio, que se gravava, parecia com o que eu tocava.
Aí veio o Circo Voador, e a BLITZ bombou. Os anos de 1982 a 1986 foram um sucesso só. Neste espaço de tempo a BLITZ lançou três discos e fez centenas de shows pelo país e pelo exterior, entre eles o inesquecível Rock in Rio I.


 

Foi num show no Circo que pintou o convite para a BLITZ gravar um disco. Depois tocamos no Canecão, com um público que até hoje é recorde na casa. Fizemos também um show na Praça da Apoteose. O dia nublado, 60 mil pessoas ! Fizemos o show de novo com o Barão e com a Orquestra Sinfônica. Isaac Karabtchevsky regendo e, o Coral do Teatro Municipal, com aquelas damas, gordas, de longo, cantando : “Blábláblá, Blábláblá, Blábláblá... Tititi tititi tititi... Você não soube me amar...”. Foi inesquecível. A orquestra toda amarradona, os violinistas mais jovens com luvas de purpurina, adorando o som pop.

 

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O segundo disco foi o "Radioatividade", e com ele ganhamos o disco de ouro, disco de platina. E a nossa relação já não estava indo bem. Barreto (Ricardo, ex - guitarrista) gravando disco solo e tentando arrumar outros parceiros... inexplicavelmente tentava mudar o que estava dando certo e que tínhamos batalhado tanto pra conseguir, principalmente eu que tinha articulado tudo!
E o terceiro, foi "BLITZ 3".
Estávamos gravando "Malandro Agulha", a pedido do Mariozinho Rocha, quando Barreto e Márcia (Bulcão, ex - backing vocal) entraram no estúdio dizendo que sairiam da banda. Acabaram com a banda no auge. Jogaram fora nossos sonhos e conquistas.
Voltamos Em 94 e gravamos "BLITZ ao Vivo".
A BLITZ acabou como um casamento em crise, cheio de mesquinharias, ciúmes, invejas. Baixo astral.
O Roberto Carlos chamando a BLITZ para participar de seu especial, Paulinho da Viola declarando que começou a gostar de rock depois que viu a BLITZ, Caetano batizando a BLITZ de "Disneylândia pop", Gil arriscando uma declaração definitiva: “Deram uma Blitz na música nacional...” Isso sem falar no entusiasmo de Dorival Caymmi, que fez questão de me cumprimentar no camarim do Canecão e declarou numa entrevista “- Ah, eu queria ter a alegria desse garoto da Blitz”. Foi sucesso total.

 

 

Por : Evandro Mesquita

Nossa primeira gravação foi “As Aventuras da Blitz”. O primeiro disco foi compacto, com só uma música que era, obviamente, “Você não Soube me Amar”. Na capa desse compacto não aparecia ninguém e do outro lado gravei: “Nada, nada, nada, nada.” Só tinha uma música e vendeu um milhão de cópias, numa época de crise. Em três meses, 100 mil cópias já tinham sido vendidas. Ninguém apostava no rock. As referências de rock, na época, eram os Novos Baianos, Mutantes, Raul, Rita, A Cor do Som, o Roupa Nova.

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Curiosidades 

A capa do primeiro disco, “As Aventuras da Blitz”, foi inspirada no HQ X-Men.

Lobão foi o primeiro baterista da banda. O nome Blitz foi idéia dele – “Se tem polícia, tem Blitz”. Na época, o grupo The Police estava em turnê no Brasil.

A primeira crítica (muito positiva, por sinal) sobre a Blitz foi feita por Paulo Ricardo, então repórter da revista Pipoca Moderna. O RPM, banda de qual ele foi líder, surgiria três anos depois.

Fernanda Abreu e Léo Jaime tocaram juntos antes de a cantora entrar para a Blitz, numa banda chamada Nota Vermelha.

O cantor e compositor Ritchie se sentiu seguro para gravar o sucesso “Menina Veneno” depois que ouviu Blitz no rádio.

A atriz Patrícia Travassos era namorada de Evandro Mesquita e diretora de palco da banda. Havia um projeto de a Blitz virar filme, mas como a banda naufragou antes de as gravações começarem, parte do roteiro (escrito por Patrícia) migrou para a televisão na série Armação Ilimitada, que foi ao ar entre 1985 e 1986.

A cantora Kátia B, casada com João Barone (baterista dos Paralamas), fez um único show com a Blitz, antes de Fernanda Abreu entrar.

Cleberson Horsth, do Roupa Nova, foi contratado para ensaiar o coro feminino ao piano enquanto o restante da Blitz gravava seu primeiro LP em estúdio

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